Fragatas e Canoas do Tejo…
À 300 anos, mais coisa menos coisa, elas navegavam, quais Senhoras do Tejo …
A sua principal actividade era o transporte de pessoas e materiais das margens Sul, do Tejo, para Lisboa grande centro de consumo.
Faziam também o transporte das cargas dos navios que chegavam a Lisboa, e fundeavam no mar da palha.
Utilizadas na pesca, transportavam também, lenha, carvão e produtos agrícolas, que vinham do interior Alentejano.
No Séc. XVII, o cais da Moita era um ponto importante na escala entre as duas margens quer de gentes quer de mercadorias que queriam chegar à capital.
A afluência ao cais da Moita era tal que todos os “barcos que viessem de fora, fazer frete ao cais” (*1) tinham que pagar uma certa quantia.
Transportavam também produtos para diversas localidades ao longo do rio, chegando mesmo a entrar no rio Samora até Samora Correia pelo rio Sorraia para carregarem em geral madeira e arroz das Lezírias.
Pensa-se que na década de 60 ainda sulcavam as águas do Tejo cerca de 500 destas embarcações, quer a remos quer à vela.
Com o passar dos tempos e com o aparecimento da linha-férrea que liga o Barreiro ao Algarve, as outrora “Rainhas” do rio foram caindo em desuso, restando actualmente muito poucas, salvas pelas Autarquias e por particulares, (principalmente Holandeses) que as recuperavam com a finalidade de as levarem para o seu país.
Não querendo fazer de maneira nenhuma, um retrato histórico, isto não deixa de ser um simples texto de introdução, às imagem que captei.
Estas fotos foram tiradas em 1991, numa altura em que, abundavam nas margens do Tejo, particularmente no Gaio e Sarilhos Pequenos, algumas destas embarcações, umas já irrecuperáveis outras ainda com possibilidades de recuperação.
Graças à paixão de alguns particulares e de Autarquias como as do Barreiro, Seixal e Moita, hoje em dia ainda se podem ver algumas fragatas e canoas a navegar no Tejo.
Tal como as nossas memórias, que com o passar do tempo se vão perdendo aqui e ali, perdurando pequenos fragmentos, esta recolha de imagens não mostra as embarcações no seu apogeu com as suas velas cheias, sulcando as águas do Tejo mas, as que estavam esquecidas no lodo, apodrecendo e não sendo mais que meros destroços de madeira e ferro que vão padecendo com o tempo.
São assim, uma recolha de fragmentos, como que, numa tentativa romântica de manter estas memórias por mais algum tempo.
Por este motivo o tema de “Fragmentos de uma Época”.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
"Fragmentos de uma Época"
Fotos: José Chorão(c)
(*1) Pesquisa no texto Moita Vila há 300 anos. CMM http://www.cm-moita.pt/cmm/publicacoes/sinopse.php?id=6&texto=
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4 comentários:
Quem fala de barcaças fala dos moinhos de maré que por ai encontravam o Tejo como força do seu trabalho...e ligavam todo o seu trabalho a essas barcaças. Uma pena também é ver os holandeses a levarem e não trazer essa cultura de viver no rio...cá para mim não me importava nada ter um apartamento ali no meio do Tejo com duas margens bem diferentes como quadro para me espreguiçar logo de manhã.
ah! falha a minha...as suas fotografias de bom gosto, gostei particularmente da última.
De ondo moro quase, quase,tenho esse quadro.
Ainda resistem alguns moinhos recuperados por ai. Na maioria utilizados como pólos de cultura, como o moinho de maré em Alhos Vedros, que por sinal está espectacular.
quanto à foto foi por isso que a coloquei no final.
ps: deixe o vc para mais logo...
gosto muito*
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